Na altitude de 3.967 metros, o Cruzeiro perdeu a invencibilidade na Copa Libertadores, ao ser goleado pelo Real Potosí, por 5 a 1, nesta quarta-feira, em Potosí, na Bolívia, na última rodada da fase de grupos. Com a derrota, o time celeste desperdiçou a chance de garantir o primeiro lugar geral na competição.

O Cruzeiro havia garantido a classificação às oitavas-de-final e o primeiro lugar do Grupo 1 com a vitória sobre o San Lorenzo, por 3 a 1, na rodada passada, em Ipatinga. O time mineiro encerrou a fase com 11 pontos, seguido do San Lorenzo, que ficou com a segunda vaga da chave, com 10 pontos, ao vencer o Caracas, em Buenos Aires, nesta quarta-feira.

O Real Potosí, que entrou em campo já eliminado, obteve a segunda vitória na competição e terminou em quarto lugar no grupo, com seis pontos, um a menos que o Caracas, o terceiro colocado.

O time mineiro estava invicto na competição. Antes da derrota em Potosí, o Cruzeiro havia obtido cinco vitórias - contando os dois triunfos sobre o Cerro Porteño na fase preliminar - e empatado duas vezes.

Com a derrota, o Cruzeiro depende agora de uma combinação complicada de resultados para terminar com a melhor campanha entre os 32 participantes da Libertadores, o que lhe daria a vantagem de jogar o segundo jogo em casa até a final da competição.

O Cruzeiro tomou precauções para minimizar os efeitos da altitude e até pediu a ajuda do Flamengo, que já atuou em Potosí. O clube mineiro optou por ficar concentrado em Sucre e chegar à cidade somente duas horas e meia antes da partida, usando 12 táxis para transportar os atletas. Dois médicos foram incluídos na delegação celeste.

A surpresa ficou mesmo na escalação anunciada pelo técnico Adilson Batista, que decidiu usar três zagueiros (Espinoza, Leo Fortunato e Thiago Martinelli) e três volantes (Charles, Ramires e Henrique). Com isso, Guilherme ficou no banco e Marcelo Moreno foi o único atacante a começar a partida. Além disso, Jadílson perdeu a posição para Marquinhos Paraná, improvisado na lateral esquerda.

Quando a bola rolou, o time mineiro mostrou-se perdido em campo e errando vários passes. Logo aos 4min, o Real Potosí abriu o placar com Loayza, que chutou bem de fora da área depois de um vacilo do equatoriano Espinoza. A equipe boliviana ampliou aos 12min com o atacante Pintos, que recebeu livre e tocou na saída de Fábio.

O Cruzeiro tentou reagir e conseguiu diminuir aos 30min, em cobrança de pênalti de Marcelo Moreno. O atacante, que sofreu a penalidade, marcou o oitavo gol na Libertadores. O Real Potosí manteve o ritmo e teve chance para chegar ao terceiro gol.

A equipe mineira voltou para o segundo tempo com uma mudança. O lateral-direito Jonathan deixou o jogo para a entrada de Jadílson. Com isso, o volante Henrique foi deslocado para a lateral direita.

O Real Potosí voltou melhor e ampliou aos 6min, novamente com Pintos, que aproveitou um rebote de Fábio num chute de Candia de fora da área. O time boliviano marcou o quarto aos 22min com Candia, em cobrança de falta ensaiada.

No final da partida, o Real Potosí voltou a marcar com Gatty, que selou a goleada boliviana.

O Cruzeiro volta a jogar no próximo domingo, contra o Ituiutaba, no Mineirão, no segundo e decisivo confronto das semifinais do Campeonato Mineiro. O primeiro terminou empatado em 4 a 4.

Real Potosí
Hugo Suárez; Nicolás Suárez, Rodríguez, Marco Paz (Ortiz) e Eguino; Gatty, Gallegos (Galindo), Loayza (Yecerotte), Candia; Sillero e Alvaro Pintos
Técnico: Tito Montaño

Cruzeiro
Fábio; Leo Fortunato, Thiago Martinelli e Espinoza; Jonathan (Jadílson), Henrique, Charles (Guilherme), Ramires e Marquinhos Paraná; Wagner (Marcinho) e Marcelo Moreno
Técnico: Adilson Batista

Data: 16/4/2008 - quarta-feira
Local: Estádio Victor Agustín Ugarte, em Potosí (Bolívia)
Árbitro: Alfredo Intriago (Equador)
Assistentes: Fernando Tamayo (Equador) e Juan Cedeño (Equador)
Cartões amarelos: Gallegos, Rodriguez, Loayza (Real Potosí); Charles (Cruzeiro)
Gols: Loayza, aos 4min, Pintos, aos 12min, Marcelo Moreno, aos 30min do primeiro tempo, Pintos, aos 6min, Candia, aos 22min, Gatty, aos 41min do segundo tempo